Como o setor encara os desafios do período da pandemia e projeta o pós
De alguma forma, todos os setores foram afetados em virtude da pandemia da Covid-19. Entretanto, o que sente mais forte a situação é o de eventos, que teve de suspender suas atividades e, agora, de forma gradual e com todas as medidas de segurança, estão retornando, conforme o regramento das bandeiras do Governo do Estado.
Para esclarecer algumas dúvidas pertinentes, convidamos a diretora de Associados do Bento Convention Bureau, responsável pela organização e aplicação do primeiro Treinamento de Protocolos de Segurança para eventos, Andréia Pilão, para responder algumas questões. Uma delas é sobre as adequações e os treinamentos de protocolos de segurança sanitária. O primeiro evento teste foi realizado em Bento Gonçalves no mês de agosto. "Desde março de 2020 estamos vivendo um dia após o outro, mas sempre confiantes, analisando os cenários, nos articulando com outras entidades e pleiteando a retomada segura dos eventos, evidenciando às autoridades e à opinião pública que é possível mediante a aplicação dos protocolos de segurança", comenta.
Segundo ela, desde o mês de maio, através do BCB, foi iniciada uma organização de protocolos de segurança sanitária para a Capital do Vinho. "Foram analisados diferentes protocolos que estavam sendo lançados no mundo e atualizados para a nossa realidade, principalmente, as atividades do Parque de Eventos, que abriga várias e grandiosas feiras. Quando Bento Gonçalves lançou o selo de Ambiente Limpo e Seguro, pensamos na criação do selo para eventos", pondera.
Após reuniões com grupo de profissionais e entidades representativas, foi idealizado um projeto de eventos testes para a validação das medidas e capacitação dos profissionais. "O primeiro exercício prático foi em agosto, no Parque de Eventos. Essa ação, pioneira no país, foi organizada pelo Bento Convention Bureau, entidade que atua na captação e apoio de eventos, em parceria com Sindmóveis, CIC-BG e Fundaparque, com apoio da Prefeitura. Aplicamos os protocolos que foram, na época, enviados como sugestão ao Governo e comprovamos que era possível realizar eventos de forma segura", esclarece.
E os eventos agora?
Segundo ela, os profissionais do setor ainda estão comedidos e avaliando a situação dia após dia. "Hoje, a nossa região está em bandeira laranja e podemos aplicar os protocolos que ali constam. Porém, o setor de eventos está cauteloso. Há o impacto financeiro no custo da realização de eventos devido à aplicação dos protocolos. Nos eventos sociais, percebe-se um temor ainda maior, o que é compreensível. As pessoas não se sentem seguras, principalmente os noivos, usando máscaras e não podendo abraçar os seus", considera.
Para ela, os primeiros passos para realizar um evento de maneira segura para todos os envolvidos é seguindo algumas regras. "O mapeamento do local com verificação da capacidade de pessoas (sentadas = distanciamento de duas cadeiras / em pé = uma pessoa a cada 8m² / mesas = oito coabitantes, distância de dois metros), uso de álcool em gel, aferição de temperatura, demarcação no piso de distanciamento", pontua.
Qual o futuro?
Segundo a diretora do BCB, os eventos deverão ser repensados, a partir da realidade que foi desenhada. "Gosto de pensar que é um momento de transição, onde teremos que nos adaptar. Os eventos corporativos, na sua maioria, estão migrando para o formato online. No pós pandemia, acreditamos no retorno dos presenciais num modelo híbrido, entretanto, o online continuará presente. O que já nos mostra a necessidade de repensarmos modelos de execução, infraestrutura dos equipamentos, formas de gerar valor para uma cadeia que no formato presencial movimenta 52 setores econômicos", conclui.
PARA SABER
Para a liberação de um evento com público superior a 300 pessoas, deve-se enviar projeto à Prefeitura da cidade. Um comitê irá analisar e autorizar ou não. ( em anexo, planilha do que pode ou não pode)
Fonte: Cleunice Pellenz- Jornal Semanário.